1990
Em reflexo a crise econômica que se instalou em Maringá no início da década de 1990, lideranças empresariais decidiram convidar representantes de entidades, públicas e privadas, com a finalidade de discutir o futuro da cidade e as possíveis soluções para que houvesse não só a retomada do crescimento, mas para que o avanço socioeconômico fosse mantido por meio de um planejamento integrado.
O primeiro desafio era unir a comunidade em prol da causa. Com isso surgiu o Movimento Repensando Maringá, que foi articulado por Jefferson Nogaroli, Carlos Valter Martins Pedro, João Noma, Ariovaldo Costa Paulo, dentre outros. Eles convidaram o advogado e ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá, Paulo Roberto Pereira de Souza, bem como o professor Joílson Dias, para auxiliar em quesitos técnicos.
Composto por mais de cem membros voluntários de diferentes instituições, diversas reuniões foram promovidas para discutir aquela complexa proposta. O movimento se deu entre 1994 e 1996, sendo que neste último ano o protagonismo da sociedade civil organizada se intensificou, conforme as imagens atestam.
Os objetivos do Movimento Repensando Maringá foram sistematizados em um projeto de lei que foi encaminhado à Câmara Municipal de Maringá, visando a constituição de um conselho de desenvolvimento econômico. Esse órgão serviria como fórum permanente de auxílio e amparo às decisões dos gestores públicos. Além disso, o órgão também atuaria como um guardião das diretrizes definidas pela agenda “Maringá 2020” - futuramente viriam outras, "Maringá 2030" e "Maringá 2047".
Aprovada por unanimidade pelos vereadores, a Lei Municipal nº 4.275/96 criou o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá, o Codem, que passou a ser composto por plenária e diversas Câmaras Técnicas, instâncias pelas quais são ocupadas por voluntários. No mesmo ato foi previsto um fundo municipal dedicado ao desenvolvimento econômico, o qual deveria prever 2% do orçamento do Município para essa finalidade. De forma prática, o fundo nunca seria operacionalizado.
Com o engajamento da comunidade e o aval de lideranças políticas locais, em maio de 1997, durante as comemorações dos 50 anos de Maringá, aconteceu a posse dos membros do Codem no teatro Calil Haddad.
Aquele evento contou com a presença de aproximadamente mil pessoas. O governador Jaime Lerner era uma delas. Durante sua fala, Lerner destacou que gostaria que todas as cidades do Paraná e do Brasil seguissem o exemplo associativista de Maringá. Na mesma noite, o governador assinou um protocolo de intenções para transformar em Zona Especial de Processamento Aduaneiro, ZPA, a Estação Aduaneira de Maringá, onde estava instalado o Porto Seco na época. Era a primeira movimentação articulada pelo recém-criado Codem.
O interessante é que a ideia daquele conselho não era novidade. Em 1992, uma lei sancionada pelo prefeito Said Felício Ferreira havia criado a mesma instância, inclusive, com sigla similar. Codem também aparece em outros momentos da história do Município, como foi o caso da Comissão de Desenvolvimento de Maringá, que ficou responsável pela organização do Plano Diretor de Desenvolvimento de Maringá em 1967 (última imagem).
Fontes: Centro de Documentação Luiz Carlos Masson / acervo de Marco Antonio Deprá / Acervo Maringá Histórica.
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