Interpretação e História no desfile de Maringá - 1971

1971

As duas imagens mostram como a sensação de espaço pode ser uma mera ilusão de perspectiva. Ambas registram, de diferentes ângulos, o palanque de autoridades, alas desfilando e o público presente durante as festividades do 24º aniversário de Maringá. 

Realizado em 10 de maio de 1971, o tradicional desfile aconteceu na avenida XV de Novembro, próximo à então obra do gabinete do prefeito. Esse espaço seria concluído em breve. O paço municipal, por sua vez, seria erguido apenas na década seguinte. 


Do chão, a primeira foto nos apresenta detalhes do acontecimento. Por meio dela, conseguimos identificar rostos, vestimentas, um carro, uma lambreta, o carrinho de um vendedor ambulante (pipocas, amendoins, balas etc.), fisionomias e costumes da época. No entanto, há uma leve impressão de que a via com as alas desfilando, bem como o palanque de autoridades, estão bem mais próximo da multidão do se parece. Mas basta analisar o segundo registro para termos uma noção ampliada da situação. 


Na verdade, a multidão em destaque na primeira imagem sequer aparece. Estando fora da base da foto, comprovamos que as pessoas se amontaram próximas da esquina com a avenida Getúlio Vargas. Além disso, o palanque de autoridades se mostra bem mais distante, próximo da praça Desembargador Franco Ferreira da Costa (atual Centro de Convivência Renato Celidônio). 

Em comparação, a primeira imagem nos traz detalhes imediatos, enquanto a segunda apresenta aspectos mais amplos. Ao perder detalhes, compreendemos a abrangência do acontecimento. O filósofo Adam Schaff analisou situações como esta no campo da História, fazendo uma interessante analogia. Segundo Schaff, quando passamos próximo ao cume de uma montanha, conseguimos ver diversos detalhes da paisagem. Mas ao se distanciar dela, damos conta de seu tamanho. 

Eis a importância de avaliarmos detalhes, mas também a sua abrangência com o avançar do tempo. Trata-se, talvez, de uma melhor formar de interpretar acontecimentos passados e vividos. 

Fontes: foto de Laércio Nickel Ferreira Lopes e acervo da família Ferreira Lopes / Acervo Maringá Histórica. 

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