1948
Continuação do texto de Marco Antonio Deprá. Veja a parte I clicando AQUI.
Em 14/02/1951, a Lei Estadual nº 790, elevou o distrito de Maringá a município, o que provocou o aumento no ritmo de crescimento da cidade com significativo aumento da população e a necessidade de novos loteamentos.
Imagem 11 – Fotografia Aérea parcial de Maringá – Esta imagem, possivelmente de 1952, mostra os três primeiros loteamentos que formavam a Vila Esperança, a antiga Vila Morangueira (atual Vila Santo Antonio), e a ampliação da Vila 7 já implantadas e cercadas por cafezais do Sítio Mariah e das Fazendas Maringá, Santa Lina e Diamante.
Imagem 12 – Fotografia Aérea parcial de Maringá – Este detalhe mostra a cancha reta (no retângulo vermelho) que existia no início dos anos 1950 na área reservada ao hipódromo. A cancha era utilizada para corridas de cavalos e tinha início nas proximidades da esquina da Avenida Colombo com a Estrada Morangueira e final nas proximidades do cruzamento da atual Avenida Pedro Taques com a Rua Santo Antônio.
A imagem acima evidencia o descasamento entre as ruas da Vila Esperança e da atual Vila Santo Antônio e entre a 1ª e 2ª etapas da Vila Esperança. Nota-se que as premissas do urbanista Jorge de Macedo Vieira não foram seguidas pelos empreendedores desses loteamentos, mesmo tratando-se de pessoas ligadas à CTNP e que, a rigor, deveriam buscar harmonizar o traçado das ruas.
O Censo Demográfico de 1960 apontou que Maringá já contava com 103.546 habitantes e que já era polo de uma vasta região. Por isso, novos loteamentos continuaram a ser implantados na cidade para atender à demanda crescente.
No início da década de 1960, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná - CMNP, sucessora da Companhia de Terras Norte do Paraná, abandonou a ideia de implantar o hipódromo e loteou parte da área situada na esquina das avenidas Colombo e Morangueira.
Imagem 13 – Google Earth – Área loteada pela CMNP no início da década de 1960 (em azul claro). No início da Avenida Morangueira apenas o Lote nº 136-A (em vermelho) ainda não havia sido loteado.
Ainda no início dos anos 1960 dois novos e grandes empreendimentos imobiliários foram lançados na região norte:
- Vila Morangueira, com alvará expedido em 05/12/1961, implantada na área remanescente da Fazenda Maringá;
- Jardim Alvorada – 1ª Parte, com alvará expedido em 20/07/1962; e
- Jardim Alvorada – 2ª Parte e Chácaras Jardim Alvorada, com alvarás expedidos em 01/11/1962. O empreendimento deu-se na área da Fazenda Santa Lina.
Imagem 14 – Google Earth – Vila Morangueira (em branco), implantada em 1961 e as três etapas do Jardim Alvorada (em azul escuro), implantado em 1962.
Em 19/08/1968 foi expedido o alvará autorizando o parcelamento do Lote nº 136-A, localizado entre a ampliação da Vila 7 e a Vila Esperança – 3ª Etapa. O proprietário do lote era Manuel Caceres Castilho e o projeto do loteamento é de autoria do arquiteto e urbanista Nildo Ribeiro da Rocha.
Imagem 15 – Google Earth – Lote 136-A (em branco), situado entre a ampliação da Zona 7 (azul escuro) e a Vila Esperança – 3ª Etapa (verde escuro). Atualmente esta área pertence à Zona 7.
À época não havia ligação viária entre a ampliação da Zona 7 e a Vila Esperança – 3ª Etapa. Somente em 1981, durante a 2ª gestão do Prefeito João Paulino Vieira Filho, a Rua Saldanha Marinho foi estendida até a Rua Antônio Marin.
Para tal fim foram desapropriados lotes desde a Rua Clementina Basseto até a Rua Doutor Alberto Byington Júnior.
Imagem 16 – Google Earth – Trecho da Rua Saldanha Marinho (em vermelho) criado em 1981 para ligar a Rua Clementina Basseto à Rua Dr. Alberto Byington Júnior.
Em 08/10/1968 foi expedido o alvará autorizando a implantação da Vila Esperança – 4ª parte, com 56 quadras.
Imagem 17 – Google Earth – Áreas das 4 etapas de formação da Vila Esperança. A 4ª etapa (em amarelo) foi implantada em parte do Lote nº 138-C.
À época, a Vila Esperança – 4ª etapa tinha como limites o Lote 138-B (Sitio Mariah) ao sul, a Fazenda Diamante ao norte, a Vila Esperança – 1ª etapa a leste e a Rua Manoel Bandeira a oeste. Grande parte de suas ruas é caracterizada por vielas estreitas, com cinco metros de largura. Os lotes têm área média de 250 m², bem menor do que a das outras etapas, com área média de 500 m².
Através do Decreto Municipal nº 106, de 18/11/1969, a área remanescente do Sitio Mariah (Lotes nº 138-A e B - Remanescentes), com 34,24 alqueires paulistas, foi declarada de utilidade pública para fim de desapropriação judicial ou amigável para a instalação da Universidade Estadual de Maringá – UEM.
Imagem 18 – Google Earth – Em azul claro a área remanescente do Sitio Mariah, de propriedade de Aristides de Souza Mello, desapropriada para a instalação do Campus da UEM. Ao redor a Vila Esperança: 1ª parte (verde claro); 2ª parte (laranja); 3ª parte (verde escuro); e a 4ª parte (amarelo).
Em 1970 foi implantado na área da 4ª etapa da Vila Esperança um conjunto habitacional com 50 casas.
Imagem 19 – Google Earth– Em branco a área do Conjunto Habitacional instalado em 1970 na Vila Esperança – 4ª etapa.
Imagem 20 – Vista aérea da região norte de Maringá, possivelmente em 1970. Em primeiro plano, cercadas pelos cafezais, aparecem as primeiras casas construídas no Conjunto Habitacional da Vila Esperança.
Imagem 21 – Mapa da parcial da cidade de Maringá em 1972 mostra a região norte da cidade.
Em 19/10/1973 foi expedido o alvará autorizando a implantação da Vila Esperança – 5ª etapa, na área remanescente do Lote nº 138-C. O loteamento é composto por 45 quadras e uma área de chácaras que são banhadas pelo Córrego Mandacaru.
Imagem 22 – Google Earth: Vila Esperança e suas 5 etapas de implantação: 1ª (verde claro); 2ª (laranja); 3ª (verde escuro); 4ª (amarelo) e 5ª (azul claro).
Imagem 23–A – Fotografia Aerofotogramétrica de 1977 – A imagem mostra a ocupação da região norte da cidade em 1977. Vê-se que a Vila Esperança já está bem ocupada com construções. Observa-se também que praticamente não existiam construções na área remanescente dos Lotes nº 138-A e B, desapropriada pela prefeitura para a instalação do campus sede da UEM. Observa-se, ainda, que grande parte da Fazenda Diamante, na parte superior da imagem, ainda não estava loteada.
Imagem 23–B – Fotografia Aerofotogramétrica de 1989 – A imagem mostra a ocupação da região norte da cidade em 1989. Observa-se que o campus sede da UEM já tinha diversas construções e a Vila Esperança praticamente toda ocupada. Observa-se, ainda, que grande parte da Fazenda Diamante, na parte superior da imagem, continuava ainda não loteada.
A Vila Esperança é predominantemente residencial e abriga muitos alunos, funcionários e professores da UEM, por estar próxima ao campus universitário. Por esta razão há muitos edifícios de kitnets e de pequenos apartamentos.
A maioria das construções é térrea ou assobradada, mas a partir da década de 1990 alguns edifícios foram construídos nas áreas das 1ª, 2ª e 3ª etapas da Vila Esperança. No bairro ainda existem poucas residências construídas em madeira e poucos terrenos vazios.
Imagem 23-C – Google Earth: As 1ª, 2ª e 3ª etapas da Vila Esperança concentram as construções de kitnets (vermelho) e de prédios de até 8 pavimentos (verde). O único prédio alto do bairro é o Edifício Gran College Residence (amarelo) com 12 pavimentos tipo e finalizado em 2017.
A principal via comercial da Vila Esperança é a Avenida Morangueira, importante via de acesso à cidade para quem vem dos municípios de Iguaraçu, Ângulo, Lobato, Flórida, Astorga, Munhoz de Melo, Santa Fé e cidades do sul do Estado de São Paulo. Também é um importante corredor de ligação entre os bairros da zona norte e o centro da cidade. Nela estão instaladas empresas comerciais e de prestação de serviços principalmente do setor de autopeças e oficinas de veículos automotores.
A antiga Estrada Morangueira já aparecia no mapa de Maringá de 1959 denominada como Avenida Morangueira. No entanto, não há lei municipal sobre esta alteração. Era uma via estreita e com o passar do tempo e o significativo aumento do volume de tráfego de veículos fez com que o poder executivo municipal envidasse esforços para duplicá-la. As obras começaram em meados de 1978 e o primeiro trecho duplicado, da Venda 200 até a Rua Antônio Amaral, foi concluído em julho de 1979, quando também foi inaugurado o novo trecho da PR-317 ligando Iguaraçu até a Venda 200, em Maringá. Esta ligação permitiu que Maringá fosse ligada por asfalto a Iguaraçu, Astorga e Arapongas, quando muitos veículos deixaram de passar por Apucarana para vir de Londrina a Maringá.
O trecho final, da Rua Antônio Amaral até a Avenida Colombo, foi duplicado somente durante a gestão do prefeito Ricardo Barros (01/01/1989 a 31/12/1992) e exigiu a desapropriação de parte dos lotes de ambos os lados da avenida e a realocação de toda a rede de água, esgoto, energia elétrica e telefonia, além das galerias de águas pluviais. O trecho já duplicado foi entregue ao tráfego em 29/12/1992.
Imagem 23-D – Google Earth: PR-317 (em amarelo). Avenida Morangueira (em marrom). Rua Antônio Amaral (em azul). O trecho entre a Venda 200 (em verde) e a Avenida Colombo estava totalmente duplicado a partir de 29/12/1992.
A principal rua comercial no interior da Vila Esperança é a Rua Vitória, onde estão instalados pequenos estabelecimentos comerciais e de serviços que atendem principalmente aos moradores do bairro.
No bairro estão instaladas as seguintes instituições:
- Centro Municipal de Educação Infantil Professora Laura Parente Bossolan;
- Escola Municipal Professor José Darcy de Carvalho;
- Paróquia Nossa Senhora Aparecida; e
- Unidade Básica de Saúde Vila Esperança.
O bairro é dotado de duas praças públicas:
- Praça Nossa Senhora Aparecida, onde está construída a Igreja Nossa Senhora Aparecida; e
- Praça São Benedito.
Historicamente o acesso viário à Vila Esperança sempre foi muito precário. Há poucos pontos de acesso ao campus da UEM para passagem de veículos e pedestres. Porém esta realidade começou a mudar com a implantação de um novo sistema viário no entorno da UEM.
Imagem 24 – Google Earth – O novo sistema viário criado a norte e a oeste da UEM melhorou o acesso de veículos à Vila Esperança (em rosa). As melhorias permitiram criar acessos a partir da Avenida Morangueira (em branco) e da Avenida Doutor Alexandre Rasgulaeff (em verde escuro):
- Em 2015, houve a readequação da Rua Alencar de Oliveira Paiva (azul escuro), e a abertura das ruas Carteiro José Roberto Nasato (azul claro) e Cristal (amarelo) e da Avenida Ranulfo Rodrigues da Mota (laranja);
- Em 2019 foram inauguradas as obras de readequação e prolongamento da Avenida Alicio Arantes Campolina (verde claro); e
- Em 2021 foram entregues as obras de readequação da Rua João Luiz Dias e do prolongamento da Avenida Herval (em vermelho).
Imagem 25 – Google: Atualmente, no Portal GEO da Prefeitura de Maringá, há outras denominações para as etapas da Vila Esperança:
- Vila Esperança (verde claro);
- Vila Esperança – I Parte (laranja);
- Vila Esperança – II Pare (amarelo); e
- Vila Esperança – III Parte (azul claro).
Imagem 26 – Google Earth: Ainda de acordo com o Portal GEO da Prefeitura de Maringá, a Vila Esperança – I Parte (laranja) faz parte da Zona Fiscal nº 11 (contorno em vermelho) enquanto as outras partes da Vila Esperança fazem parte da Zona Fiscal nº 29 (contorno em amarelo).
A área da Fazenda Diamante, a norte da Vila Esperança, começou a ser loteada a partir de 1972, com a implantação do Parque Residencial Cidade Nova, aprovado em 30/12/1972. Parte da Fazenda foi loteada em chácaras e terrenos maiores, principalmente no vale do Córrego Água Diamante, afluente do Córrego Mandacaru.
Imagem 27 – Google Earth: A Fazenda Diamante, a norte da Vila Esperança (em branco) foi loteada entre as décadas de 1970 e 1990:
- Parque Residencial Cidade Nova, aprovado em 30/12/1972 (em rosa);
- Conjunto Habitacional Alphaville, implantado em 1985 (em cinza);
- Conjunto Habitacional Iguaçu, implantado em 1987 (em laranja);
- Vila Nevada, aprovado em 19/10/1993 (em amarelo);
- Loteamento Cidade Jardim, aprovado em 09/11/1993 (em verde);
- Jardim Imperial, aprovado em 29/08/1994 (em azul claro);
- Jardim do Sol, aprovado em 13/02/1995 (em vermelho); e
- Jardim Imperial II, aprovado em 30/07/1996 (em azul escuro).
Fontes:
- Acervo fotográfico do Museu da Bacia do Paraná.
- Acervo fotográfico do projeto “Eu Amo Maringá”, de Ângelo Rigon.
- Portal GEO no site da Prefeitura Municipal de Maringá.
- Portal UEM – Imagens aerofotogramétricas.
- Tese de doutorado “Para Além do Plano de Jorge de Macedo Vieira: a expansão urbana de Maringá de 1945 a 1963”, de Layane Alves Nunes.
- Acervo da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
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