No ano de 1959 a jovem cidade, a “Maringá Menina”, contava com dez anos do processo de arborização liderado pelo engenheiro agrônomo e silvicultor Luiz Teixeira Mendes. Contratado pela então Companhia de Terras Norte do Paraná para iniciar o Horto Florestal em 1949, aos 68 anos, Teixeira Mendes dedicou-se também a preservar exemplares das espécies nativas encontradas na região. Além disso, selecionou mudas de perobas, cedros, palmitos, marfins, alecrins, canjaranas, entre outras, e as plantou em um espaço que ficou conhecido como Bosque de Essências Nativas. O local ficava em uma parte da   praça da estação rodoviária Bem movimentada, a área era bastante frequentada pelos maringaenses. 

O que não se imaginava era que o Bosque das Essências ia se tornar palco de uma intensa divergência política. O prefeito atuante era Américo Dias Ferraz, o mineiro, tocador de viola que vencera o pleito de 1956. Um mês depois das comemorações do Dia da Árvore, que Américo não compareceu, o chefe do Poder Executivo foi alvo de duras críticas em uma série de artigos de autoria de Hermann Moraes Barros, então diretor da Companhia.  

Como resposta às críticas, o prefeito mandou que, na calada da noite, funcionários públicos cortassem as árvores que cresciam há dez anos na praça da rodoviária. A cidade acordou no dia 27 de outubro de 1959 com as espécies no chão.. A imagem mostra trabalhadores dias depois da manhã fatídica, cavando para desenterrar os tocos e raízes das árvores. 

 Esse é um exemplo claro da disputa de poder existente entre o Governo oficial e a gerência da empresa colonizadora, uma vez que ambas instituições assumiram parcelas distintas da administração do território. 

Luiz Teixeira Mendes já era falecido quando o bosque foi aniquilado. Anibal Bianchini da Rocha, que o sucedeu na função de arborização, comentou o caso no jornal, imputando falta de valores e abuso de poder por parte do prefeito. 

Fontes: Acervo Maringá Histórica / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá. 

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