Estádio Regional Willie Davids e Jaime Lerner - Década de 1960

1960

No início da década de 1960, o então prefeito João Paulino Vieira Filho contratou o recém-formado arquiteto curitibano Jaime Lerner para conceber o projeto do Estádio Regional Willie Davids. Havia grandes expectativas com o time Grêmio Esportivo Maringá e era preciso um equipamento esportivo à altura, afinal, o prefeito se tornaria um dos principais articuladores para que a cidade tivesse um clube que emplacasse no estadual. 

Nascido em uma família de imigrantes judeus poloneses, Lerner estudou em escolas públicas até o secundário. Obteve sua graduação em Engenharia Civil em 1961 e em Arquitetura em 1964, ambas pela Universidade Federal do Paraná. No ano de 1965, participou da criação do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), entidade que foi responsável pelo Plano Diretor naquela cidade. Casou-se em 1964 com Fani Lerner, com quem teve as filhas Andrea e Ilana.

Em 1971, após filiação na ARENA, foi nomeado pelas autoridades militares para assumir a prefeitura da capital do estado. Cargo que voltou a ocupar em 1979 e 1988 por meio de votação democrática. No ano de 1994, elegeu-se governador do Paraná, ocupando o posto até 2002, devido a sua reeleição.


Voltando à década de 1960, o anteprojeto do estádio de Maringá se tornou público por meio da imprensa em 26 de junho de 1963. A proposta modernista previa arquibancadas de concreto, sem cobertura, nas laterais do campo (primeira foto). No entanto, as obras foram executadas com modificações: a arquibancada geral manteve a estrutura de concreto, enquanto que a arquibancada coberta foi edificada com bancos em madeira. 

Possivelmente o custo inviabilizou a proposta original. Afinal, a parte de concreto foi construída com a terra retirada da avenida São Paulo, onde estava sendo construído o Viaduto do Café. Lembrando que a quadra do estádio era plana. 

O engenheiro Antonio Almir dos Santos revelou para a arquiteta Fabíola Cordovil: 

"[...] o Estádio Municipal era o campo e a área cercada. No tempo do João Paulino, ele convidou o Jaime Lerner que, antes de ser político, é essencialmente arquiteto, em Curitiba. Tinha estado na Europa fazendo uns cursos, extensão universitária, tudo. Ele tinha umas ideias mais socialistas. E você poder ver que o Estádio, em si, é um projeto socialista. Porque você que é tudo igual. Depois o Silvio Barros é que faz aquela cobertura e deu um certo ar de diferente. Mas, de primeiro não. Era tudo arquibancada, não tinha divisão nada [...]".


Em 1969, Jaime Lerner esteve em Maringá, quando se reuniu com o prefeito Adriano José Valente. Naquele momento já era considerado um arquiteto e urbanista premiado, devido ao reconhecimento pelo edifício-sede da Polícia Federal em Brasília, no Concurso Nacional de Projetos em 1967. Além disso, Lerner dava os primeiros passos na carreira política. 

Com o passar dos anos, a praça esportiva de Maringá receberia diversas benfeitorias e modernizações: iluminação com holofotes (durante a gestão de Luiz Moreira de Carvalho), novas arquibancadas (durante a gestão de Adriano José Valente), novas coberturas e cadeiras-cativas (entre as gestões de Silvio Barros e João Paulino Vieira Filho, já na década de 1970).

Fontes: O Jornal de Maringá de 26 de julho de 1963 / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / A aventura planejada: engenharia e urbanismo na construção de Maringá (1947-1982), tese de Fabíola Cordovil / Acervo Maringá Histórica. 

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