Morimassa Miyazato, o More, faz pose para a foto de Ricardo Coelho publicada em 1987. O mais conhecido cinéfilo de Maringá também fez sucesso no Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM). 

A edição 34 (maio-junho de 1987) da revista Cinemin (Editora Ebal), especializada em cinema, registrou a exposição de cartazes do acervo de More. 

“A projeção de um filme, como se sabe, não termina na tela. Ela continua, de formas diversas, na mente do espectador. Basta ler um texto sobre um filme para que ele ressurja com toda sua força no nosso imaginário. Outra maneira agradável de reviver um filme é através de posters e cartazes.

Rato de Cinema há anos, Morimassa Miyazato, o popular More da Cinemateca do Museu de Arte Moderna — RJ, sempre foi maníaco por posters e cartazes cinematográficos. Agora, resolveu expor de 22 a 28 de Junho, no Rio Design Center, na zona sul do Rio de Janeiro, seus quase 15.000 cartazes. O título da exposição, de uma felicidade incrível, é ‘Cinema de Papel’.

No acervo de More podem ser encontradas raridades como o pôster do filme EI Justiceiro, de Nelson Pereira dos Santos. ‘Este eu acho que nem o Nelson tem’, confidenciou-nos More.

Quem perdeu a oportunidade de vir ao Rio deve entrar em contato com a Cinemateca do MAM, na avenida Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo, e fazer uma forcinha para que a exposição corra o País. Merece. 

Além da exposição, More também participará da Cinemin Horror - ainda em preparação — com a publicação de uma ampla mostra de cartazes do gênero. Aguardem.”

Além de ser rato de cinema, ele coleciona quase tudo que vê. Já dividiu uma casa com Tizuka Yamasaki no Rio e foi o responsável pelo segundo festival de cinema de Maringá, na década de 1970. Conta que naquela ocasião, com a impossibilidade de trazer a maringaense Sônia Braga, ele convidou a Sandra Bréa.

Mas a Mostra não teve o apoio necessário e More, desiludido, pensou em sair da cidade. Um amigo particular lhe deu uma carta para que procurasse no Rio de Janeiro um diretor da TV Globo e o cineasta Glauber Rocha. More não conseguiu contatar nenhum dos dois e foi procurar emprego na Cinemateca do MAM.

Na ocasião, conheceu José Carlos Avellar, o maior teórico e crítico de cinema de então. Avellar, diretor da Cinemateca, lhe ofereceu, na hora, o cargo de técnico em pesquisa e documentação. More só teve tempo de voltar para Maringá, pegar suas roupas e retomar o Rio. "Foram os dez anos mais felizes da minha vida”, revelou.

No MAM teve contato direto com os mais famosos diretores. Bebeu cerveja com Nelson Pereira dos Santos ("um cidadão simples, muito gente boa"), com o imortal Grande Otelo e até morou numa república junto com o falecido cineasta Lael Rodrigues, diretor de "Bete Balanço”.

Colaborou também com o Rio Cine Festival, FestRio e outros eventos onde o seu trabalho como pesquisador rendeu homenagens e reconhecimento público.

Fontes: Revista Cinemin (Ed. Ebal – 1987) / Acervo do jornalista Marcelo Bulgarelli / Acervo Maringá Histórica. 

Outras publicações:

Quatro radialistas na Rádio do Leão - 1998

O premiado Circo Teatro Sem Lona - 2001