A formação da Assindi - Associação Indigenista de Maringá

2000

Em 6 de maio de 2022, Maringá perdeu Darcy Dias de Souza, 79 anos, fundadora da Associação Indigenista de Maringá (Assindi). Natural de Iacri, interior de São Paulo, era casada com o advogado Irivaldo Joaquim de Souza, ambos com forte participação junto à Igreja Católica e ao movimento interreligioso da cidade. Durante o velório, na Capela do Prever do Cemitério Parque, muitos índios fizeram suas últimas homenagens à Darcy.

A Assindi foi criada em 2001, mas começou a tomar forma um ano antes. O primeiro objetivo da associação era criar um espaço para acolhimento de grupos indígenas, a maioria da etnia Kaingang.  A ideia era apoiar as comunidades com casa para permanência enquanto os índios vendem seu artesanato na cidade.

A formação da Assindi contou com o apoio de representantes do Movimento Vez e Voz da Mulher, Associação dos Docentes da UEM (Aduem), Núcleo de Educação, Conselho de Leigos e de outras entidades.  Em abril de 2000, eles foram conhecer o Centro Cultural Caingangue mantido pela prefeitura de Londrina que depois serviria de referência para a Assindi.

"Temos que tirar das ruas esses índios. Muitos passam a noite dormindo na rodoviária de Sarandi junto com suas crianças. É uma situação desumana", comentou Darci. Na época, ela também participava do Movimento Vez e Voz da Mulher. Muitos índios Kaingangs são provenientes do município de Manoel Ribas, mas são seminômades. Boa parte do dinheiro arrecadado em Maringá era gasto com o transporte entre as cidades.

Em abril de 2000, o Instituto de Educação Estadual de Maringá, então dirigido pela educadora Norma Deffume, promoveu uma mostra de dança  e artesanato indígena dentro da instituição. Até uma pequena oca foi construída no meio do pátio para marcar o dia 19 de abril, Dia do Índio. Trinta adultos e 19 crianças foram abrigados no colégio. “Os governos se preocupam muito com o folclore europeu e se esquecem da cultura indígena. Os índios são excluídos pela própria pátria”, disse Norma.

Em 2004, a Assindi recebeu a doação de um alqueire, na BR-376 (Km 170), na saída para Paranavaí, onde passou a funcionar o Centro Cultural Indígena de Maringá. Em 2003 a associação passou a atender indígenas estudantes universitários. O Centro presta atendimento técnico de Assessoramento, Defesa e Garantia de Direitos. A entidade oferece brigo, vestimentas, alimentação e faz encaminhamentos para a rede serviços socioassistencial, como os de saúde, cursos profissionalizantes, de qualificação do artesanato, entre outros.

Em 2014, a Assindi ganhou o prêmio nacional da Fundação Abrinq pelo trabalho do Centro Social Infantil que atende crianças kaigangs.

Fontes: O Diário do Norte do Paraná / Blog do Rigon / Acervo da Assindi / Foto de Ademir de Moraes / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica. 

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